sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Grandiosidade e exuberância

Considerado o maior rival do Louvre em grandeza física e exuberância artística, o Museu Hermitage, em São Petersburgo, tem um acervo tão gigantesco, mas tão gigantesco (são 3 milhões de obras de arte, dos quais “apenas” 20% estão em exposição) que os russos costumam dizer que, para conhecer tudo, o visitante levaria pelo menos 11 anos (isso se gastasse um minuto para olhar cada item exposto, o que é impossível, dada a grandiosidade das obras).

Com 1.057 salas e 117 escadarias, o museu é sediado no antigo Palácio de Inverno, a residência oficial dos czares. Começou a ser construído em 1754 e ganhou ampliações e anexos ao longo do tempo, acabando por se constituir num complexo de cinco edifícios que se interligam, ao longo do rio Neva. A coleção de arte compreende os três andares do edifício principal, o Palácio de Inverno propriamente dito, e os dois andares do Pequeno e do Grande Hermitage.

Visitar o Hermitage – patrimônio arquitetônico e artístico mundial – é passear pela história de vários séculos de arte. Da Arte Pré-Histórica e Cultura da Antigüidade à Arte da Europa Ocidental, passando pela Cultura Russa e Arte Oriental. Isso sem falar no acervo de arsenais e numismática. Na pintura e escultura, por exemplo, tem Renoir, Rubens, Da Vinci, Rembrandt, Matisse, Picasso, Gauguin, Van Gogh, Ticiano, Dürer, Monet, Van Dyck, Canova, Falconet, Rodin... 

É obra demais, e tempo de menos para apreciá-las. E olha que, ao contrário de outros grandes museus da Europa, não há filas - seja para entrar, seja para ver as obras mais "concorridas". Na verdade, o número de visitantes é bem menor que o de outros museus mais conhecidos, como o Louvre e o Prado, sendo que o idioma mais ouvido lá dentro ainda é o russo. Seja pela distância (a Rússia é longe, muito longe...), seja pelas barreiras impostas à entrada de visitantes estrangeiros (a obtenção do visto exige uma boa dose de paciência), o fato é que o turismo na Rússia é muito incipiente. Falarei sobre isso depois.  

Durante minha estadia em Petersburgo, visitei o Hermitage duas vezes. E foi pouco, muito pouco (embora estivesse hospedada a duas quadras do museu). E visitaria uma terceira vez se, por uma questão logística, não tivesse sido obrigada a antecipar em um dia minha viagem à Varsóvia, de modo a chegar na capital polonesa na data prevista inicialmente. Mas essa é uma outra estória...

Fotos do Hermitage.