terça-feira, 25 de agosto de 2009

Noites brancas

“Era uma noite maravilhosa, uma dessas noites que apenas são possíveis quando somos jovens, amigo leitor. O céu estava tão cheio de estrelas, tão luminoso, que quem erguesse os olhos para ele se veria forçado a perguntar a si mesmo: será possível que sob um céu assim possam viver homens irritados e caprichosos?” (Noites Brancas, de Fiodor Dostoievski)

As “noites brancas” de São Petersburgo, na Rússia, são célebres. Durante duas ou três semanas, no verão (final de junho, início de julho), o sol não chega a se pôr completamente, causando uma atmosfera onírica. No solstício de verão (22 de junho), o dia dura mais de 18 horas: o céu durante a noite não chega a escurecer e a cidade, como um fantasma, passa algumas horas entre duas luzes.

Estive em São Petersburgo – ou simplesmente “Peters”, como dizem os russos – na primavera ainda gelada de 2009, com a temperatura oscilando entre 3 e 10 graus negativos (muito frio, mas nada que algumas doses da excelente vodka russa não resolvam), e fiquei encantada com a atmosfera fantasmagórica das noites dessa belíssima cidade, onde viveu e morreu meu querido Dostoievski. Tornarei a falar dela (a cidade) e dele (o escritor) neste espaço. Há tanto o que contar (e compartilhar)...

A foto que ilustra o blog (da Nevsky Prospekt, principal avenida de São Petersburgo) foi tirada em 10/04/2009 por volta das 23 horas. Uma prévia das “noites brancas”... em plena primavera russa!